O impacto emocional do momento pós-pandemia nas crianças.
O ano de 2022 marca o primeiro ano letivo com aulas presenciais após duros meses de isolamento e insegurança por conta da pandemia de coronavírus. A campanha de vacinação entre as crianças não teve a adesão esperada. Mesmo com alguns estados registrando menos de 20% de crianças vacinadas com a primeira dose, foi possível a volta ao ensino presencial por conta da alta adesão por parte das faixas etárias mais vulneráveis.
A volta ao convívio social para os adultos parece ter sido um alívio: foi preciso apenas ajustar as agendas para o retorno às reuniões e ao trabalho presencial, a volta às academias e aos eventos. É o novo normal com cara de velho normal. Restabelecemos algumas rotinas, relembramos velhos hábitos e vida que segue. Porém, para as crianças, o retorno não parece ter o mesmo ambiente de antes. Pais e professores relatam dificuldades de contornar crises de comportamento e falta de sociabilidade em casa e nas escolas.
Desafios em casa e na escola.
Muitos pais estão preocupados com as atitudes dos filhos, pois observam que as crianças e adolescentes seguem isolados em casa, passando muitas horas seguidas no celular ou no computador. Já os professores relatam comportamentos em sala de aula que revelam dificuldades de socialização das crianças. Em um evento sobre psicologia infantil, a psicanalista Vera Iaconelli, diretora do Instituto Gerar explica que “Estamos exigindo dos jovens uma volta para a escola que é igual uma volta para o Carnaval. Eles estão afetados pela experiência, tentando elaborá-la. Foram ensinados a ficar em casa, de pijama, assistindo aula, fazendo outra coisa ao mesmo tempo enquanto estavam sozinhos diante da tela. Agora, chegam à classe e reproduzem essa cena”.
Uma pesquisa realizada pelo governo de São Paulo em parceria com o Instituto Ayrton Senna revelou que dois terços dos estudantes do 5º a 9º ano da rede estadual de São Paulo apresentam sintomas de depressão e ansiedade. Já outra pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) acompanhou 7 mil crianças e adolescentes em 2020 e concluiu que 75% das crianças apresentam sinais de depressão ou ansiedade. Trata-se de um problema de saúde mental e que é preciso ser encarado com algo mais do que apenas falta de disciplina escolar ou vício em celular.
Ambientes digitais como forma de socialização.
A pandemia teve impactos diferentes em crianças e adultos. Enquanto os adultos precisaram apenas acessar a memória para voltar a socializar no ambiente físico, as crianças estavam recém formando sua capacidade de socialização. Ou seja, as crianças não têm essa memória pronta para retomar. Neste cenário, os games, os aplicativos de chat e as redes sociais se tornaram o ambiente de socialização construído durante a pandemia.
Muitos pais e professores se referem ao celular como um vício ou dizem que as crianças estão viciadas em games. Essa afirmação até pode estar correta em alguns casos, pois a programação dos aplicativos e games é voltada para aumentar o engajamento dos usuários. Porém, antes de afirmar que as crianças estão viciadas, precisamos olhar para os ambientes digitais como a forma que as crianças e adolescentes desenvolveram suas vidas sociais durante quase dois anos. É tempo suficiente para adultos criarem hábitos difíceis de abandonar. Imagine uma criança que está formando a sua visão de mundo.
Usando os games a favor da adaptação ao mundo físico.
E se ao invés de lutar contra os games, a gente usasse os mesmos para compreender como as crianças e adolescentes interagem com seus pares no mundo pós-pandemia? Quais são seus valores e visões de mundo? O que elas sentem ao entrar em uma sala de aula cheia de colegas que agem de forma diferente no ambiente físico? O que elas esperam dos professores que antes davam aulas no Zoom?
Para orientar a socialização em sala de aula ou no ambiente familiar, talvez seja mais produtivo entender primeiro como as crianças estão percebendo o mundo ao seu redor. Acreditamos que é preciso entrar neste novo ambiente e descobrir formas de escutar os pequenos. Games são ambientes de alto engajamento que podem ser usados a favor do desenvolvimento de habilidades sociais e do ensino em geral.
O Clube de Habilidades é feito por pessoas que conhecem o potencial dos games para o desenvolvimento do potencial social das crianças. A nossa metodologia desenvolvida por psicólogos em ambientes seguros nos permite praticar atividades que desenvolvem a colaboração, escuta ativa, liderança, criatividade, entre outras. O Clube convida todas as famílias para entrarem neste mundo novo das crianças e conhecer todo seu potencial educacional.
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